Sobre o futuro ministro
Maurício Corrêa, de Brasília —
Durante o jantar anual de confraternização promovido pela Apine, nesta quinta-feira, 12 de dezembro, em Brasília, as conversas giraram basicamente em torno da possibilidade de troca de comando no Ministério de Minas e Energia.
Das conversas que este editor pode participar, os representantes do setor elétrico estão preocupados com algumas questões:
- embora se reconheça a necessidade dos eventuais arranjos políticos que o presidente Jair Bolsonaro precisa fazer para ganhar apoio no Congresso Nacional, o mercado, de joelhos, pede que exista um mínimo de sensatez e, se for derrubado o atual ministro, que se indique alguém que tenha alguma intimidade com a área de energia;
- essa reivindicação se estende não apenas ao eventual novo ministro, mas, também, à Secretaria-Executiva. Embora a atual secretária Marizete Dadald seja classificada como uma “senhora esforçada”, o mercado gostaria de ver na SE alguém que tenha mais pique e que não seja originária da área administrativa-financeira e, sim, da área técnica.
Em relação ao ministro Bento Albuquerque, os dirigentes não expressaram qualquer surpresa, pois as associações empresariais do setor elétrico querem a sua saída. Bento é visto pelo mercado como um ministro correto e bem intencionado, mas ineficiente.
Da mesma forma, foi observado no jantar um certo isolamento da secretária-executiva Marizete Dadald, que circulou pouco e ficou numa mesa junto com subordinados. O mercado não dá muita bola para ela também.
O SEB, enfim, não está nada satisfeito com a forma como o MME está sendo conduzido. Há um reconhecimento que se avançou na parte relativa ao petróleo e gás natural, mas que em relação ao setor elétrico houve pouca novidade. A tão sonhada modernização do SEB, por exemplo, que já estava pronta desde o Governo Temer, foi engessada num grupo de trabalho pela dupla Albuquerque/Marizete e praticamente há unanimidade que essa decisão foi catastrófica e feita para não mudar nada.