Saia (muito) justa na diretoria da Aneel
Maurício Corrêa, de Brasília —
Quem está numa saia justíssima na diretoria colegiada da Aneel, diante de recentes ataques histéricos de deputados federais contra a agência reguladora, são os diretores André Pepitone e Efraín Cruz.
Pepitone passou grande parte de sua vida na agência abrindo conexões no mundo político e desenvolvendo relações especiais com senadores e deputados federais. Se houve na história da Aneel alguém que sempre adorou um deputado este alguém é André Pepitone.
Efraín Cruz era um inexpressivo funcionário de uma concessionária falida de Rondônia, a Ceron (hoje Energisa RO), e abriu caminho na burocracia federal, até chegar na diretoria da Aneel, através de gentilezas e amizades trocadas com políticos do seu estado. Tem uma dívida com esse pessoal, pois não teria chegado jamais ao cargo atual se não fosse o envolvimento político.
Depois que os deputados federais Mauro Nazif Rasul, do PSB, e Leo Moraes, do Podemos, assumiram publicamente os seus respectivos papéis de vanguarda do atraso, numa campanha contra a Aneel, tanto Pepitone quanto Efraín não conseguem esconder a decepção. Estão traumatizados.
É verdade que ambos saíram corajosamente em defesa da agência, quando foram acusados de tudo quanto é sacanagem, na própria casa, pelo deputado Mauro Rasul, no dia 10 passado. Uma semana depois, Moraes assinou uma acusação tão grave quanto na sua proposta de criação da CPI. A despeito da atitude elogiável de defesa da agência, no primeiro momento, com muita frustração ambos observam agora que a estratégia fortemente calcada no apoio do Baixo Clero, para rimar foi para o brejo. Deu tudo errado, pois acabaram criando não apenas um, mas vários monstros.
Muita gente dentro da agência acompanha com atenção os próximos passos de toda a diretoria, principalmente de Pepitone e Efraín. Este site também. Embora seja uma luta de resistência da agência como um todo e não apenas de Pepitone ou Efraín — o que o site reconhece — é preciso deixar claro que esses dois diretores avançaram o sinal no relacionamento com o Baixo Clero. Nem mesmo o diretor Rodrigo Limp, que é funcionário de carreira da Câmara dos Deputados, ousou tanto. Ficou mais na dele, pois conhece como aquela turma joga pesado.
Pepitone e Efraín têm um belo abacaxi para descascar.