Associações na expectativa de mudanças
Maurício Corrêa, de Brasília —
O mercado anda muito inquieto e cheio de intrigas, nos últimos dias, diante de mudanças relevantes que poderão ocorrer brevemente, com a possível saída de executivos que hoje exercem papel de liderança no ambiente das associações empresariais do setor elétrico.
O fato concreto é que continuam rendendo, nos bastidores, as consequências da confusão gerada em torno do PL 414, que trata da modernização do setor elétrico. A fofoca está rolando solta e não existe mais o ambiente de relativa harmonia que existia entre as principais associações.
A insatisfação é generalizada. Uma associação culpa a outra, a outra culpa uma terceira e ninguém quer assumir a paternidade da criança, que é o fato gerador que levou ao travamento do PL 414 no âmbito da Câmara dos Deputados.
Antes, esse tipo de situação de eventuais atritos ficava limitado às diretorias executivas das associações do setor elétrico, que se acertavam nos bastidores. Agora, a confusão subiu um nível e alcança os patrões dos diretores, ou seja, os conselheiros. Os donos dos negócios.
Este site apurou que o setor elétrico praticamente não acredita mais na votação e aprovação do PL ainda no presente semestre legislativo, o que levaria a apreciação da matéria, na melhor das hipóteses, para o final deste ano, e mesmo assim dependendo do resultado da eleição.
Os defensores da urgência na aprovação do PL estão fazendo uma conta agora que é muito mais amarga, pois, se o PT ganhar a eleição, tudo indica que o PL 414 vai virar fumaça, considerando que a esquerda não morre de amores pelo mercado livre e muito menos pela sua expansão.
No ambiente associativo, de modo figurado é lógico, tem gente que quer ver sangue. Perdeu-se totalmente a confiança em determinados interlocutores. Fontes ouvidas pelo site “Paranoá Energia” informaram que “os patrões estão conversando entre eles”, para verificar se dá para recuperar a credibilidade no ambiente associativo, com as atuais lideranças, ou se será necessário fazer mudanças. “Tá até parecendo o Flamengo”, brincou um executivo.