Marisete deixa secretaria-executiva do MME
Maurício Corrêa, de Brasília —
A exoneração de Marisete Pereira do cargo de secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, anunciada nesta quarta-feira, 22 de junho, não significa uma surpresa. Na visão de fontes do mercado ouvidas por este site, trata-se de uma decisão que já era aguardada desde a indicação do ministro Adolfo Sachsida, que deseja colocar na Secretaria-Executiva alguém que seja da sua total confiança.
Há poucos dias, quando se anunciou que Marisete Pereira passaria a integrar o Conselho de Administração da Eletrobras, isso já foi entendido como uma espécie de sinalização sobre a sua saída do MME, pois a legislação não permite a acumulação de cargos. “Ela vai ganhar mais e trabalhar menos, o que não é tão ruim assim”, ironizou uma fonte.
Os especialistas consultados por este site convergem para uma posição quanto ao período de Marisete Pereira durante três anos e meio na função como segundo nome do MME. Sem dúvida, teria demonstrado enorme capacidade de trabalho, aquilo que no jargão é conhecido como “carregadora de piano”, saindo-se como bastante eficiente na organização burocrática da Pasta.
Esse foi o seu grande mérito, devido principalmente à sua formação técnica, que vem das áreas de Contabilidade, Finanças e Administração. Entretanto, essa sua qualidade, ao mesmo tempo, foi o seu ponto de vulnerabilidade, devido à falta de conhecimento técnico específico para ser a número dois de uma Pasta complexa como o MME.
Isso já tinha ficado evidente durante a gestão do ex-ministro Bento Albuquerque, que, sendo um oficial da Marinha, também não conhecia profundamente o setor elétrico. Quando chegou ao MME, Albuquerque conhecia bastante a questão nuclear, pois tinha sido o responsável pelo programa de construção do submarino nuclear. Mas o resto teve que aprender. E não pode aprender com a sua secretária-executiva.
Em vários momentos de apresentações públicas, quando Albuquerque não tinha condições de se manifestar em nome do MME, ele delegava a tarefa ao secretário de Energia Elétrica do MME.
Para o mercado, confirmando-se o nome de Marisete Pereira para o Conselho de Administração da Eletrobras, há a expectativa que ela poderá realizar um bom trabalho, considerando que a empresa passará por um momento de transição em que ocorrerão muitas mudanças e, nesse contexto, a ex-secretária-executiva poderá contribuir com a sua experiência na burocracia do MME.