PT não deixa Silveira trabalhar
Maurício Corrêa, de Brasília —
O Ministério de Minas e Energia completa, nesta quarta-feira, 1º de março, exatos dois meses sem contar ainda com um secretário-executivo para ajudar o ministro Alexandre Silveira a tocar a máquina. O ministro tem alguma parcela de culpa nesse fracasso, mas ele não é o principal responsável pelas coisas que estão acontecendo no MME.
É preciso olhar para o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e por que não, para o próprio presidente Lula, que, afinal, voltou ao Poder centralizando tudo e é ele que dá a palavra final.
A data merece, enfim, um bolo bem gostoso para comemorar, pois não é em qualquer governo que o MME fica exposto dessa forma.
Esses dois meses sem o Secex do MME mostram, afinal, que aquela tal Frente Ampla que se montou para derrotar o presidente Bolsonaro era meio de mentirinha. O ministro Silveira é do PSD, mas sofre como ninguém com a tutela imposta pelo PT sobre a sua Pasta.
Um exemplo se deu agora com a tal reoneração tributária sobre os combustíveis e a criação de um imposto de exportação sobre o petróleo. Quem discutiu o assunto e tomou a decisão? Lula, Haddad, Rui Costa, Gleisi, o presidente da Petrobras (que é petista de carteirinha) e por aí vai. Silveira ficou claramente meio de lado. E ainda teve que fazer o diabo para emplacar nomes no Conselho de Administração da estatal, os quais estão sendo atacados com todas as forças pela máquina sindical petista (veja a matéria que é a manchete do site).
Além de ter indicado o presidente da Petrobras, o PT também colocou um integrante do partido na direção-geral brasileira da binacional Itaipu. Ou seja, o Partido dos Trabalhadores concordou com a cessão do MME ao PSD, mas teve o cuidado especial de cercar o ministro Silveira por todos os lados no seu reduto de trabalho.
É uma história que terá desdobramentos e, dependendo do resultado, poderá comprometer o suporte de Lula no Congresso. Enquanto isso, este site convida os leitores para saborear o bolo em comemoração aos dois meses sem secretário-executivo no MME.