Plano da Neoenergia fracassa na 1ª chuva
Maurício Corrêa, de Brasília —
A associação das distribuidoras, a Abradee, premia anualmente aquelas que considera as melhores distribuidoras de energia elétrica do País. Na linha oposta, este site está pensando em lançar o prêmio das piores distribuidoras do Brasil.
Uma dessas empresas tem se mostrado praticamente imbatível, com extraordinário poder de competição. É a Enel São Paulo, pelos motivos que todo mundo já conhece.
Agora, a concessionária do Distrito Federal, a Neoenergia Brasília, mostra que pode estar disposta a brigar pelo título.
No dia 03 de outubro, apenas quatro dias atrás, a Neoenergia Brasília convidou jornalistas, formadores de opinião e empresários do DF para o anúncio do seu plano de contingencia operacional e de atendimento, além de falar sobre os investimentos realizados na região.
Quem se interessar pode acessar no mecanismo de busca deste site, clicando em Neoenergia, a matéria “”Neoenergia se prepara para a chegada da chuva”.
“A Neoenergia Brasília trabalha de forma integrada com o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do GDF, além de entidades de classe na busca por levar energia de qualidade para toda população do Distrito Federal”, explica Frederico Candian, diretor-presidente da Neoenergia Brasília. “Esse plano robusto de ações para o período chuvoso nos deixa preparados para encarar esse momento tão desafiador”, finaliza o executivo”, diz o texto sobre o plano de contingência.
Coitada da Neoenergia. É uma empresa séria e seus profissionais são dedicados e entusiasmados. É triste dizer, mas a concessionária não passou no teste da primeira chuva da temporada em Brasília. Fracassou redondamente.
Bastou uma chuva com meia-hora de duração (chuva forte, é verdade, mas praticamente sem raios e com ventos relativamente sob controle) para derrubar a energia elétrica na região do Lago Norte, em Brasília, por mais de 3 horas.
Houve derrubada de árvores e pelo menos um poste caiu. São questões que afetam as distribuidoras. O fato concreto é que o plano de contingência da Neoenergia foi para o espaço na primeira chuva. Por azar, numa região de Brasília onde moram não apenas jornalistas que escrevem sobre energia elétrica, mas, também, servidores qualificados da Agência Nacional de Energia Elétrica.
Consultada por volta das 17 horas, a assessoria de imprensa da Neoenergia esclareceu apenas que “devido às fortes chuvas, ventos e descargas atmosféricas em vários pontos do Distrito Federal, na tarde desta segunda-feira (07), foram registradas interrupções de energia em algumas regiões da cidade. As equipes da Neoenergia trabalham para normalizar a situação o mais breve possível”.
Cansado de ficar dentro de casa sem energia elétrica, este editor saiu em seguida para jantar num shopping nas imediações, que dispõe de gerador. Quando chegou em casa, foi informado que, no prédio, a energia voltou apenas depois das 19 horas.
Logo que a Neoenergia assumiu a concessão no DF as quedas de energia eram frequentes, quase que diárias. A empresa alegou, no dia 03 passado, que, em pouco mais de três anos, já foi aportado cerca de R$ 1 bilhão, o que representa mais de 15 anos de investimento da antiga concessionária, a CEB. A previsão é de mais R$ 1,4 bilhão em expansão, modernização e infraestrutura da rede nos próximos cinco anos. Palmas para a Neoenergia, pois ela merece. O serviço melhorou bastante em Brasília.
O apagão desta segunda-feira, no Lago Norte, vem num momento preocupante. A empresa não aceita que tenha ocorrido um apagão, mas, apenas interrupções pontuais em alguns locais do DF, inclusive o Lago Norte.
Na visão deste editor, o apelido técnico não tem muita importância. Apagão ou não, o fato que ninguém pode negar é que faltou energia elétrica por três horas na primeira chuva da temporada 2024/2025.
Agora, cabe à Neoenergia avaliar o que aconteceu, verificar os seus procedimentos e eventualmente corrigir os seus processos. A não ser que a empresa queira, realmente, disputar o título com a Enel São Paulo. Vai precisar trabalhar muito mal para passar à frente da concessionária paulista, mas não é impossível. Basta não fazer nada e deixar a peteca cair. O título de pior distribuidora do Brasil virá por gravidade.