Neoenergia DF é forte candidata ao título
Maurício Corrêa, de Brasília —
A concessionária de energia elétrica Neoenergia Brasília está começando pessimamente a temporada de chuvas. Se continuar no mesmo ritmo, vai disputar o título de pior distribuidora de energia elétrica do Brasil, competindo com a Enel São Paulo e a Amazonas Energia.
O retrospecto dos últimos dias é preocupante. Na sexta-feira, 04 de outubro, uma parte da Asa Sul de Brasília ficou sem energia elétrica, das quadras 113 a 116 e da 313 a 316 Sul.
Nesta segunda-feira, a região do Lago Norte, em Brasília, ficou totalmente às escuras durante três horas. O pessoal da Neoenergia alegou que houve uma chuva muito forte, com ventos e quedas de árvores e postes.
A verdade é que o plano de contingências que a Neoenergia montou para o período chuvoso fracassou logo de cara, na primeira chuva.
E, nesta terça-feira, 08 de outubro, o miolo da Asa Norte ficou totalmente às escuras, durante longo tempo. O pior é que não aconteceu nada demais, não caíram postes ou árvores. Uma grande parte da Asa Norte simplesmente ficou no breu. Hotéis, comércio, residência, todo mundo sofreu com a falta de energia elétrica. Se no filé mignon do Distrito Federal está assim, é possível imaginar como está em outras partes da Capital Federal.
Como se tudo isso não fosse suficiente, houve um mini-apagão de apenas 5 minutos, novamente na região do Lago Norte (a preferida da Neoenergia). À meia noite e meia de terça-feira para quarta-feira, 08 para 09 de outubro, apagou tudo e ficou um breu total: casas, apartamentos, iluminação pública. A Neoenergia atacou mais uma vez. Quem dorme cedo nem ficou sabendo, mas quem apaga mais tarde pode testemunhar a beleza de toda aquela escuridão.
Em todos esses fatos, a Neoenergia se manifesta com certo orgulho, depois de certo tempo, dizendo que a energia elétrica foi recomposta nas regiões afetadas. Olhe, Neoenergia, desculpe, mas isso é uma obrigação. É o trabalho da concessionária.
O que a Neoenergia não pode deixar acontecer é isso se transformar num lugar comum, como já foi no início de trabalho da sua concessão.
Os espanhóis que controlam a Neoenergia já estão aqui há algum tempo, mas até hoje não entenderam algumas coisas. Por exemplo: aqui não é a capital de um país muito pobre da África, com todo o respeito aos países pobres da África. Aqui é Brasília, a capital do Brasil, o país que tem a principal economia da América Latina. Ponto. E o trabalho da concessionária local de energia elétrica é compreender isso. Ponto.
Os controladores da Neoenergia, da mesma forma que os controladores da Enel São Paulo, têm uma visão imperialista e até colonialista a respeito das concessões de serviços públicos que operam na América Latina. Infelizmente é uma verdade. Então, este site — que não pode fazer muito pelo assunto — se limita a pedir menos discurso, menos papo, menos preconceito contra o Brasil e mais trabalho.