Trabalho social une profissionais do SEB no DF
Maurício Corrêa, de Brasília —
O site “Paranoá Energia” às vezes não é bem compreendido por alguns leitores, que o consideram agressivo e até cruel, como alguém já disse ao telefone.
Não é bem assim. Ocorre que algumas pessoas confundem jornalismo com relações públicas. Com todo o respeito aos profissionais de relações públicas, aqui é lugar de jornalismo. RP tem a sua importância, mas é outra coisa.
Entretanto, nem sempre o “Paranoá Energia” é agressivo ou cruel. A notícia também é a boa notícia. Hoje, por exemplo, este editor está paz e amor, cheio de amor para dar. E é nesse contexto que vale a pena destacar uma iniciativa extraordinária, que poucos conhecem, feita por executivos da área de energia elétrica em Brasília.
O grupo é coordenado por Mário Menel, presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase) e Associação Brasileira dos Autoprodutores de Energia (Abiape). Os perfis dos integrantes do grupo são variados: há gente jovem, aposentados e profissionais experientes como Menel, ainda no serviço ativo.
O que os une é a enorme vontade de contribuir com o bem estar das crianças que são atendidas na Creche São Francisco, localizada numa área bastante carente do Distrito Federal, a Cidade Estrutural. Mais conhecida como “Estrutural”, a comunidade surgiu há mais de 20 anos, à beira da Via Estrutural, que liga o Plano Piloto às cidades-satélites de Taguatinga, Ceilândia e Brazlândia. E também se tornou o caminho natural para se alcançar o Sol Nascente, na divisa com Goiás.
Hoje, a Estrutural tem mais ou menos 40 mil habitantes. Foi formada por catadores de lixo que se aglomeraram naquela região e construíram uma enorme favela, perto de um antigo lixão. Muitos anos depois, a Estrutural já dispõe de alguma infra-estrutura, surgiram empregos nas imediações e então melhorou alguma coisa. Entretanto, ainda é constituída por pessoas muito carentes.
A Creche São Francisco, segundo Mário Menel, atende 40 crianças de 1 a 4 anos, em tempo integral, de segunda a sexta-feira.Conta com seis funcionários, além de uma educadora responsável.
Quinze pessoas físicas apadrinharam a creche. Como custo fixo, o grupo tem responsabilidade com a remuneração de uma cuidadora. “Como despesas esporádicas, suprimos necessidades de manutenção do local: móveis e equipamentos e de alimentos quando chamados pela nutricionista (mais proteínas, verduras etc.)”, explicou Menel, destacando que, desde 2018, o grupo faz trabalhos sociais na área da Estrutural.
Nesta quinta-feira, ele e outros integrantes do grupo de apoio foram à Creche São Francisco, levar brinquedos para as crianças, em comemoração ao “Dia das Crianças”. “O trabalho social tem duas dimensões. Uma que é a visão imediata do bem estar para quem está sendo atendido e outra, de longo prazo”, disse.
“Nós, que estamos envolvidos na ajuda às crianças da Cidade Estrutural entendemos que a sociedade deveria e poderia se envolver mais com esse tipo de trabalho. Em vários casos, sabemos que a alimentação (lanches, almoço) que a creche oferece diariamente é a única oportunidade de comer que elas têm. Nas casas, eventualmente, não há nada. Isso sem contar o aspecto lúdico, pois as crianças são atendidas num lugar limpo e decente. Participar desse trabalho é algo muito gratificante”, frisou Mário Menel.