Silveira dá entrevista sobre o nada absoluto
Maurício Corrêa, de Brasília —
Que político adora um microfone, ninguém tem dúvidas. Se o cidadão ainda sabe que está sendo televisado, Deus Pai, aí é o deslumbramento total.
Foi exatamente o que aconteceu com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que deu uma longa entrevista coletiva nesta quarta-feira, 16 de outubro, em Brasília, para dar a sua visão sobre o apagão da Enel em São Paulo.
O ministro simplesmente se deslumbrou. Coitado dele. Foi exposto ao ridículo, pois faltou alguém com suficiente coragem para entregar um bilhetinho e dizer que a entrevista dele estava horrorosa. Repetitivo e monótono, Sua Excelência não tinha nada de novo a dizer. Este editor viu pela internet e ficou com sono em alguns momentos.
A única novidade na chatérrima e cansativa coletiva do ministro de Minas e Energia foi dizer que não haverá horário de verão em 2024, o que, por sinal, é uma antinotícia e também não constituiu uma grande novidade.
No mais, o que se viu foi o ministro usar uma coletiva para atacar o prefeito de São Paulo e a Aneel, como já se esperava, pois todo mundo está num jogo de empurra danado e com Sua Excelência não ia ser diferente. É lógico que ele também não quer ser o pai dessa criança feia chamada apagão.
O ministro não percebeu até agora que culpa no cartório ele mesmo não tem praticamente nenhuma, pois depende da Aneel para decretar a intervenção na concessionária. Como a Aneel não cumpre a sua parte e o MME depende dela, o ministro fica delirando desnecessariamente. É evidente que sendo o ministro de Minas e Energia ele paga o preço político desse apagão vergonhoso.
Aliás, a entrevista coletiva do ministro Alexandre Silveira não passou disso: um delírio. Aproveitou e culpou o prefeito Ricardo Nunes, pois está na nobre tarefa de tentar alavancar a candidatura do queridinho do presidente Lula, Guilherme Boulos.
Silveira poderia ter a brilhante ideia de indenizar o Tesouro Nacional proporcionalmente, pois o seu salário, neste mês, vai incluir o tempo gasto na coletiva, quando o ministro não fez nada de útil. Só elocubrou sobre o nada absoluto.