Apagão em SP: chega de nhem-nhem-nhem
Maurício Corrêa, de Brasília —
Tem muitos méritos no empenho de diretores e servidores qualificados da Aneel tentando organizar um pool de distribuidoras para ajudar a Enel, em São Paulo, diante dos riscos de novas chuvas fortes.
É meritório, mas absolutamente patético. É a mais clara confissão da parte da Aneel de que está agindo com rigor, em São Paulo, só depois de ver o leite derramado e de assistir ao início de uma investigação por parte da CGU para fiscalizar a omissão da própria agência reguladora no processo.
Também é tranquilizador saber que o pessoal da Aneel é legalista e aprecia seguir o rito formal das leis. Isso é muito bom. Mas existe uma enorme diferença entre ser respeitador das leis e ficar enrolando. Neste caso da Enel, a Aneel se perdeu no processo burocrático e já está devendo à sociedade brasileira, principalmente aos consumidores de São Paulo.
Na visão deste site, já está passando da hora de as autoridades pararem de enrolar, pois não fazem outra coisa. A Aneel tem mais é que parar com o seu nhem-nhem-nhem e emitir o seu tão esperado parecer favorável à intervenção na concessionária.
De posse desse bendito parecer, o ministro Alexandre (Rolando Lero) Silveira tem que indicar um interventor imediatamente e seja o que Deus quiser.
A prioridade principal é restabelecer a confiança dos consumidores no serviço de distribuição de energia elétrica, na cidade de São Paulo, pois a Enel perdeu totalmente as condições institucionais para permanecer à frente da concessão.