Enquanto Lula diz que Silveira é um ótimo ministro, há 500 mil pessoas em SP sem luz
Maurício Corrêa, de Brasília —
A situação de suprimento de energia elétrica voltou a degringolar nesta quinta-feira, na Grande São Paulo. As chuvas se intensificaram e muitos consumidores fizeram aquilo que mais gostam de fazer nestas ocasiões, que é sofrer com a falta de luz. São uns masoquistas, diria o Trump.
Em toda a área de concessão da extraordinária empresa italiana Enel, que se destaca pela qualidade dos seus serviços de distribuição de energia elétrica, com atuação em vários países, a coisa ficou braba. Às 21 horas, havia 162.647 unidades consumidoras sem energia elétrica, significando 1,96% da base de UCs atendidas pela Enel em São Paulo.
Este editor lembra que não se pode olhar unicamente para o percentual de 1,96%, que é pequeno, quando se olha para o universo de 8.290.789 de unidades consumidoras atendidas pela Enel em São Paulo. É preciso examinar o contexto. E quando se enxerga o todo, o resultado é de arrepiar, pois é gente prá burro sem luz. Dependendo da quantidade de pessoas em cada unidade consumidora, o cálculo que se faz é assustador.
Se o leitor colocar três pessoas, estamos falando de algo em torno de 486 mil pessoas. Se o cálculo for de quatro por UC, o número chega a cerca de 648 mil pessoas. O site não estará equivocado se afirmar que, neste momento, 21h30m da quinta-feira, dia 06 de fevereiro, há em torno de 500 a 600 mil pessoas sem luz na Grande São Paulo.
É verdade que as equipes técnicas da Enel devem estar trabalhando muito, para restabelecer o fornecimento nas áreas afetadas. Devem entrar pela madrugada. É o que se espera, no mínimo, da Enel. De qualquer forma, o site “Paranoá Energia” também lembra que, além da empresa italiana, não se pode esquecer os nomes dos responsáveis por esse desastre de gestão praticamente diário na Grande São Paulo:
- Presidente Lula;
- Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira;
- Diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa.
Eles administram a questão como se não existisse esse tipo de situação na área metropolitana de São Paulo, a mais rica do País.
Enquanto Lula, Silveira e Sandoval se omitem e não tomam decisão em relação à concessionária italiana, que simplesmente faz o que quer, os consumidores ainda são obrigados a ouvir o presidente afirmar, em entrevista, na maior cara de pau, que Alexandre Silveira é um ministro extraordinário e que melhor do que ele não poderia existir. Parece brincadeira.
Como se diz lá na roça, no interior de Minas, Deus Pai.
Atualizando o texto:
A distribuidora de energia elétrica Enel São Paulo, que atende 24 cidades da Região Metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, afirmou que até as 7 horas desta sexta-feira, 07, havia restabelecido o fornecimento a 92% dos consumidores que ficaram sem luz em decorrência das chuvas de quinta-feira, 6.
O número exato de pessoas afetadas não foi informado. Na noite de quinta, a companhia afirmou que eram 1,8% de seus clientes com maior impacto sob as regiões Oeste e Sul. “No momento, a operação entrou em padrão de normalidade, com atendimentos para cerca de 0,3% de unidades atendidas pela empresa na Região Metropolitana de São Paulo, incluindo a capital”, informou hoje em nota.
A companhia disse ainda ter reforçado seu plano de ação emergencial com a mobilização antecipada de equipes de campo. “Técnicos da distribuidora atuaram ininterruptamente, inclusive durante a madrugada e normalizaram o serviço para a maioria dos clientes em menos de 12h após o início da tempestade”, disse.
