Abradee poderia premiar as piores distribuidoras
Maurício Corrêa, de Brasília —
Sugestão dada por um leitor do site “Paranoá Energia”, que este editor considera relevante e acata totalmente.
A associação das distribuidoras de energia elétrica, a Abradee, na próxima edição do “Prêmio Abradee”, deveria criar uma nova categoria, a das piores distribuidoras do ano.
O site fez uma rápida sondagem entre leitores e as respostas foram praticamente unânimes. A Enel de São Paulo ganharia de barbada. Talvez nem seja preciso fazer uma eleição.
Mas não é exatamente assim, não. Existem outras distribuidoras por aí, menos badaladas, que também seriam fortíssimas candidatas ao título. Correm por fora, oferecendo péssimo serviço aos seus consumidores.
Aliás, esse “Prêmio Abradee” é bastante interessante, pois a associação premia anualmente as empresas que são as donas da própria associação. Lá no interior de Minas Gerais, esse tipo de coisa tem nome e sobrenome: puxa-saquismo da melhor qualidade.
A propósito, este editor, que hoje está inspirado, sugere também que seja criado um prêmio, não pela Abradee naturalmente, para reconhecer as piores associações do setor elétrico brasileiro. É um assunto que tem conexão.
Essa competição é realmente difícil, pois já existem quase 30 associações empresariais no SEB e muitas delas são absolutamente inúteis. Este editor não sabe exatamente para que servem, pois nem lobby elas fazem. E não são poucas, não.
Existem boas associações, que trabalham muito. Entretanto, é preciso dizer que há muitass associações que são mais ou menos como as estrelas: algumas estão tão distantes da Terra, que delas recebemos apenas o brilho. São muitos anos-luz de distância. Mas a estrela já morreu há muito tempo.
Algumas associações do SEB também estão muito distantes da Terra. Seus dirigentes ganham bem, se reúnem com seus colegas, assinam manifestos contra ou a favor de alguma coisa, participam de jantares e viajam prá lá e prá cá. Às vezes dão até entrevistas. Até parece que a agenda é sempre muito cheia. Contudo, na essência, é uma confraria alegre e bem paga, que na realidade não tem muita coisa para fazer. Vivem basicamente de fofocas e de agradar as autoridades.
Quem banca toda essa inutilidade e ineficiência são as respectivas empresas de determinado segmento. Como quem sustenta as empresas são os consumidores, talvez seja possível dizer que, no fundo, quem sustenta toda essa máquina improdutiva é o consumidor.
Tadinho dele. A mão peluda desliza mansamente pelo seu bolso e ele não sabe de nada.
Observação: este editor trabalhou durante mais de 10 anos no ambiente associativo do setor elétrico e sabe sobre o que está falando. Já tem muito tempo e se afastou há mais de 10 anos. Então, já pode falar o que quiser. Se houvesse uma quarentena, já teria sido cumprida há longo tempo.