Evento da AbraPCH discute inserção na matriz das hidrelétricas de pequeno porte
Da Redação, de Brasília (com apoio da AbraPCH) —
O setor elétrico brasileiro será o centro dos debates durante a 8ª Conferência Nacional de PCHs e CGHs, que acontecerá nos dias 18 e 19 de março, em Brasília. O evento – que se consolida como um dos principais fóruns de discussão sobre o tema no país – reunirá representantes do governo, especialistas, empresários, parlamentares e lideranças do setor para discutir temas cruciais como transição energética, sustentabilidade e o papel estratégico das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) na matriz energética nacional.
Reconhecida como um dos mais importantes eventos do setor, a 8ª Conferência Nacional de PCHs e CGHs é realizada pela Associação Brasileira de PCHs e CGHs (AbraPCH) e terá painéis para debater entraves e contribuições que as pequenas hidrelétricas podem oferecer para a matriz elétrica nacional, bem como desafios e oportunidades na geração de energia a partir de fontes hídricas.
Números Inéditos
Segundo os dados mais recentes da Aneel, o Brasil conta com 425 PCHs e CGHs em Operação, 28 empreendimentos em construção, 56 empreendimentos que ainda não iniciaram a construção, outras 655 estão em fase de de Despacho de Registro de Intenção à Outorga de Autorização (DRI) ou Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRS), para que o interessado requeira o Licenciamento Ambiental pertinente nos órgãos competentes na agência reguladora. Outros 428 processos encontram-se em estágio de eixo disponível, que quer dizer aptos para usuários interessados no desenvolvimento de estudos de inventário hidrelétrico.
Entre os anos de 2020 a 2025, foram inauguradas no Brasil 64 PCHS e 38 CGHS, sendo 15 PCHS e 10 CGHS em 2020; 10 PCHs e 7 CGHs em 2021; 11 PCHs e 8 CGHs em 2022; 9 PCHs e 7 CGHs em 2023; 6 PCHs e 6 CGHs em 2024 e 3 PCHs em 2025. Ao todo, foram investidos cerca de R$ 3,11 bilhões, nos últimos 5 anos (2021–2025) em PCHs e CGHs para 311 MW de nova capacidade instalada, o que equivale a R$ 10 milhões por MW instalado ou R$10 mil por kW.
“Sendo um país de vocação hídrica, com 12% da água doce do mundo e uma das maiores expertises do mundo no setor hidrelétrico, o Brasil sabe fazer o que há de melhor em geração de energia e precisa avançar na expansão de novas usinas com e sem reservatórios, usinas reversíveis, PCHs e CGHs, fonte limpa e renovável, estratégica e confiável”, afirma a presidente da AbraPCH, Alessandra Torres de Carvalho .
Ela diz ainda que durante a 8a Conferência serão debatidos gargalos que ainda persistem, principalmente sócios ambientais, comerciais, regulatórios e ideológicos.
“A 8ª Conferência Nacional de PCHs e CGHs chega em um momento crucial para o setor elétrico brasileiro, quando discutimos a modernização do sistema e buscamos alternativas sustentáveis que garantam a segurança energética do país”, destaca a presidente. “Além disso é um espaço consolidado e fundamental para o diálogo entre o setor público e privado sobre políticas que fortaleçam e modernizem o setor elétrico brasileiro”, completa Alessandra.
A diferença entre PCHs e CGHs está na potência instalada. A PCH é um empreendimento com potência superior a 5 MW e igual ou inferior a 30 MW. Cada MWH gerado é capaz de alimentar um entorno de mil residências. Já a Central Geradora Hidrelétrica (CGH) é uma unidade que gera energia elétrica com potência instalada entre 500 kW e de até 5 MW (megawatts). Menores que as CGHs existem as Micro Centrais Hidrelétricas (MCH), que podem ter até 75 kW (quilowatts), e as Mini Geradoras Hidrelétricas (MGHs), com até 500 KW.