Mais críticas ao MME e ao GT Chapa Branca
Maurício Corrêa, de Brasília —
Indignado com o tal GT Chapa Branca e como o Ministério de Minas e Energia lavou as mãos nessa questão, um leitor que tem bala na agulha entrou em contato com este site, para reclamar do ONS, da EPE, do GT e do ministro Alexandre Silveira. Cuspiu fogo em todo mundo.
O leitor em questão pediu para manifestar a sua opinião, mas quis ficar em sigilo. Embora seja um empresário que tem grandes negócios, ainda assim teme eventuais retaliações por parte do pessoal do Governo. Quem já é crescidinho sabe que é preciso tomar esse tipo de cuidado, pois a ira autoritária de Brasília às vezes joga um bom negócio no buraco.
Em primeiro lugar, o leitor não se conforma com um GT composto totalmente pelo pessoal do Governo. Na sua visão (e o site concorda), os técnicos do Governo têm medo que, ao vivo, não consigam administrar as reclamações da área empresarial.
Por isso, deixaram o setor privado de fora do grupo de trabalho, criaram um vergonhoso GT Chapa Branca e decidiram abrir uma consulta pública para receber as manifestações do empresariado. É muito mais fácil administrar. Medo puro.
Para esse empresário, que é uma figura respeitada no SEB, falta imaginação criativa tanto no ONS quanto na EPE e no MME. Ele entende, por exemplo, que, se existe déficit de energia física na região Sul, o planejamento poderia incluir aí as usinas eólicas, solares e PCH´s. Tudo à vontade, deixando todo mundo satisfeito.
Na sua opinião, essa iniciativa facilitaria o abastecimento do Sudeste, sem a necessidade de novas linhas nessa região. “Infelizmente, esqueceram que no Brasil existe uma região chamada Sul. Falta no Governo criatividade e inteligência”, afirmou a fonte.
Segundo ele, o Sul, hoje, tem um déficit estrutural de 2.500 MWmédios. Esse número poderá subir para algo em torno de 5.000 MWmédios nos próximos cinco anos.
“Vem aí um leilão estrutural e o Governo não está pensando nisso. Nesse caso, qualquer estiagem mais forte, nesse período, provavelmente levará o Sul a outro racionamento”.
Para o cidadão em questão, que não poupa críticas ao MME e às áreas institucionais, “esse pessoal está precisando voltar urgentemente para as escolas de engenharia elétrica. Porque, na prática, o que eles estão fazendo é planejar um racionamento e confesso que nunca vi nada desse tipo no setor elétrico brasileiro. Era só o que faltava”.