Os sinais que interessam
Para quem tem bom senso, não quer ver o circo pegar fogo, tem responsabilidade, sabe ler nas entrelinhas e sobretudo está interessado no futuro do nosso País, não há qualquer dúvida que o Brasil estava, sob a égide do Governo anterior, caminhando em passos rápidos para se transformar numa espécie de Venezuela, com um quadro de total desorganização da sua economia.
Nestes poucos meses de gestão do presidente Michel Temer, é possível, entretanto, perceber que já começam a surgir sinais positivos no sentido que a economia está ensaiando algumas situações de recuperação.
É verdade que o desemprego ainda é muito alto e bateu na casa dos 12 milhões de pessoas sem trabalho. Essa é a mais trágica herança da lamentável gestão petista. Mas a inflação já começa a embicar para baixo, as contas externas estão razoavelmente bem comportadas e os investidores percebem claramente que a intenção do Governo de colocar um necessário freio nos gastos públicos é muito mais verdadeiro do que simples discurso, conforme mostra a firmeza na condução da PEC 241 nas duas Casas do Congresso Nacional.
Em um sinal para a sociedade, o Banco Central até reduziu a taxa de juros, embora de forma quase que simbólica. Ou seja, o Brasil está no caminho certo.
Nesse contexto, quando se olha para o setor de energia, estão acontecendo coisas que são extremamente positivas.
A Petrobras, por exemplo, informou à comunidade empresarial, em 28 de outubro, que concluiu um financiamento sem garantia real com o Banco Santander (Brasil) no valor de US$ 1,2 bilhão e vencimento só em 2023. Ótima notícia para uma corporação que só freqüentava as páginas policiais, graças à institucionalização da corrupção organizada dentro da principal empresa brasileira.
A operação foi feita através de uma subsidiária integral, a Petrobras Global Trading B.V. (PGT) e a estatal comunicou ainda que o crédito será utilizado para quitar US$ 800 milhões de dívida existente com o próprio banco, que venceria em 2017, e disponibiliza recursos adicionais de US$ 400 milhões, que serão utilizados para antecipar o pagamento de outras dívidas bancárias.
Isso mostra de forma cabal que está correta a gestão adotada pela Petrobras, desde o início do Governo do presidente Temer, com o ex-ministro Pedro Parente à frente da estatal. Devagar a jóia da coroa das nossas estatais está voltando ao eixo que caracterizou a sua história de sucesso durante muitas décadas.
Ainda nesta sexta-feira, 28 de outubro, veio uma outra ótima notícia de São Paulo, com a realização do primeiro leilão de transmissão promovido no Governo Temer. Foi bastante positivo o resultado desse primeiro leilão, atraindo quase todos os investimentos previstos. O leilão resultou em investimentos da ordem de R$ 11,6 bilhões, o que equivale a 92% da previsão inicial (R$ 12 bilhões). Foram vendidos 21 dos 24 lotes oferecidos.
Naturalmente, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, comemorou o resultado final. Nesse leilão, aliás, a holding Equatorial fez a sua estréia em grande estilo na área de transmissão, arrematando sete lotes, o que representa uma inequívoca prova de confiança na gestão da economia brasileira.
O mais importante em tudo que está acontecendo no Brasil, no momento, talvez seja o fato que o presidente Michel Temer tem consciência que ele passará à História não como um demagogo populista bonzinho, que usou a Presidência da República para distribuir sorrisos fartos, abraços idem e bafo de cachaça, mas sem qualquer compromisso efetivo com aquilo que realmente interessa ao País.
Ao contrário, o presidente Temer sabe que daqui a alguns anos, quando houver suficiente perspectiva histórica para julgar o seu Governo, ele passará aos livros como um dirigente que herdou uma situação extremamente difícil, com uma economia em frangalhos e que se esforçou para transmitir um País mais organizado ao seu sucessor. Em outras palavras, ele está fazendo o dever de casa.
Esse é o Temer que passará para os livros de História, embora sofra algumas incompreensões no momento, que são conseqüência da luta política e nada mais.