Coelho Filho no MME até o ano 3000
Não será por falta de apoio na área empresarial que o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, perderá o emprego em consequência das confusões difíceis de serem explicadas em que se meteu o presidente Michel Temer.
Durante o recente Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), realizado no Rio de Janeiro, Coelho Filho foi homenageado com uma placa, em sinal de reconhecimento pelo que a área empresarial considera um excelente trabalho à frente do MME. O setor elétrico gosta muito de oferecer placas, mas, neste caso específico, foi uma homenagem justa.
Algumas horas depois, as mesmas pessoas que o homenagearam foram ao seu gabinete, em Brasília, para hipotecar total solidariedade diante das informações que davam conta que o partido do ministro, o PSB, queria vê-lo imediatamente fora do Governo Temer, com o qual o partido havia rompido.
Em seguida, 20 associações empresariais integrantes do Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase) divulgaram um comunicado, em Brasília, garantindo “ser de suma importância a permanência do Ministro Fernando Coelho Bezerra Filho e sua equipe à frente da pasta de Minas e Energia, onde vem sendo desenvolvido um trabalho de grande envergadura técnica, com seriedade, comprometimento, transparência e permanente diálogo com o setor
produtivo, seus agentes e o Congresso Nacional”.
Não satisfeita em colocar a sua logomarca nessa espécie de nota oficial conjunta, uma das 20 associações empresariais signatárias do documento divulgou uma carta aberta, nesta segunda-feira, 29 de maio, registrando o seu contentamento pelo fato de que, hoje, em termos comparativos, o MME seria uma espécie de Orquestra Gewandhaus, de Leipzig, e o ministro Coelho Filho seria uma encarnação de Gewandhauskapellmeister, responsável por conduzir o ministério como se fosse uma orquestra, tendo o secretário-executivo Paulo Pedrosa como o seu primeiro violino.
A carta sintetiza aspectos relevantes do trabalho do ministro e sua equipe, cuja gestão tem sido pautada pelo “permanente diálogo com o setor produtivo e em princípios como a transparência, respeito aos contratos, eficiência, meritocracia e estímulo à competição, fundamentais para a competitividade da economia, atração de investimento e a geração de empregos e renda no País”. São palavras, aliás, que este site endossa, pois também reconhece os avanços que ocorreram na Pasta nos últimos 12 meses.
Mas, nesse ritmo de entusiasmo e demonstrações sucessivas de apoio e agora subitamente elevado à categoria de um quase semi-deus, não constituirá uma surpresa se o ministro Fernando Bezerra Coelho Filho permanecer à frente do MME até o ano 3000.