Trump, o símbolo do atraso
Os Estados Unidos constituem um belíssimo país, sob vários aspectos. Não é um país sem defeitos, como qualquer um outro, mas tem enormes qualidades, que remontam aos tempos em que os peregrinos desembarcaram do Mayflower, em 1620, nas proximidades do Cape Cod, no estado de Massachusetts.
À medida em que foi se consolidando o país que hoje se conhece como Estados Unidos, todo o mundo se beneficiou dos seus avanços, seja na cultura, no desenvolvimento das tecnologias e das ciências políticas, nas quais se destacam a importância do Poder Judiciário e a aplicação da democracia. Foi justamente uma democracia extraordinária que permitiu a substituição de um estadista de primeira qualidade, como o ex-presidente Barack Obama, por um idiota completo como o atual presidente Donald Trump.
Trump deve ter suas qualidades como empresário, pois então não seria o homem rico que é. Ao mesmo tempo é possível imaginar o que ele deve ter feito para chegar lá. De um cara que teve a ousadia de empurrar o primeiro-ministro de um outro país, para cumprimentar não sei quem e aparecer na foto, pode-se esperar tudo.
O fato é que apenas ter dinheiro não significa absolutamente nada. É um homem despreparado para a vida política, não tem educação e quando se pensa que a Casa Branca, antes dele, foi ocupada por Obama, dá vontade de sentar e chorar.
Enfim, não a maioria dos americanos, mas o complicado sistema político americano — no voto popular ele levou uma surra de 2,8 milhões de votos a menos do que a candidata do Partido Democrata — o escolheu como presidente e o jeito é aguentar. O consolo é saber que o país chamado Estados Unidos é muito melhor do que o seu atual presidente.
Ao anunciar a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris das mudanças climáticas, Trump fez apenas aquilo que se esperava dele, um dirigente político que tem total desprezo pelo mundo. Logo no início de seu mandato, aliás, ele já havia dado mostras da sua mesquinharia e estupidez ao tomar decisões para tentar restringir a entrada de muçulmanos no país, afrontando abertamente os direitos humanos.
Também foi com enorme prazer e satisfação que ele assinou logo no início de sua gestão um decreto que desmantelava todo o sistema de proteção ambiental pacientemente montado por Obama. Como se isso não fosse suficiente, colocou à frente da Agência Federal de Proteção ao Meio Ambiente (EPA, em inglês), um cidadão que simplesmente odeia o meio ambiente.
Agora, a ofensiva de Trump contra o Acordo de Paris é uma atitude que ofende não apenas a parcela de americanos civilizados, principalmente aqueles da Nova Inglaterra, de Nova York ou da California, que prezam a preservação do meio ambiente, mas todos os países do mundo (o Brasil inclusive) que se envolveram na montagem do Acordo de Paris e que viram nesse entendimento uma alternativa razoável para barrar as mudanças climáticas.
Este site tem consciência das suas limitações. Mesmo assim não poderia deixar de se posicionar a respeito do energúmeno e desequilibrado magnata que hoje dirige os Estados Unidos e ofende o mundo. As áreas de energia estão totalmente vinculadas à questão da mudança climática e vários países têm feito um esforço extraordinário para adaptar suas matrizes energéticas ao esforço internacional para impedir o avanço das variações do clima, que afetam o planeta.
Mesmo sendo possuidor de uma matriz energética invejável, bastante limpa se comparada com outros países — muitos pretendem alcançar em 2050 os níveis de limpeza na matriz que o Brasil já dispõe em 2017 — nosso país está plenamente engajado na busca de alternativas que viabilizem a ampliação do parque de energias renováveis.
A decisão de Trump em relação ao Acordo de Paris é uma ducha fria, mas também significa que nós, que nos preocupamos com o futuro do planeta, devemos manter os esforços para continuar contribuindo com o acordo internacional destinado a combater as mudanças climáticas.
Apesar de Trump, a vida continua.