Iniciativa histórica
É inacreditável que de um Estado incompetente, ineficiente, perdulário e muitas vezes corrupto, como o brasileiro, tenha surgido uma notícia tão positiva quanto esta, de privatizar o Sistema Eletrobras.
Aos trancos e barrancos, o presidente Michel Temer vai construindo a sua História na condição de principal mandatário do País. É inegável que a anunciada iniciativa de transferir o controle societário do Sistema Eletrobras à iniciativa representa um dos pontos altos da polêmica gestão de Temer. Neste quesito, palmas para o presidente.
A reação imediata do mercado de capitais à simples notícia que a Eletrobras seria privatizada dá uma exata medida daquilo que o povo brasileiro deseja. Como dizia Deng Xiaoping, que comandou a revolução econômica da China, tirando-a de um atraso monumental para transformar o País em uma das locomotivas do desenvolvimento econômico internacional, não importa a cor do gato. O que importa é que o bichano vá em frente e pegue os ratos.
Pode-se aplicar o mesmo raciocínio às empresas estatais. Hoje, está mais do que claro que ninguém em sã consciência está interessado em viver em um estado superlativo, que mete a mão com vontade no bolso das pessoas, na forma de impostos, para sustentar máquinas burocráticas que não beneficiam ninguém, a não ser aqueles parasitas que vivem à sombra do Estado, como os partidos políticos.
Quanto menos Estado, melhor, pois teoricamente isso significa menos imposto e, portanto, mais dinheiro à disposição das pessoas para que elas possam gastar com as suas necessidades.
Só que bastou o anúncio que o Governo está pensando em privatizar a Eletrobras e as vozes atrasadas de sempre já deram o ar da graça. As mesmas vozes do atraso, aliás, que há mais de 20 anos impediram o então presidente Fernando Henrique de dar prosseguimento à privatização da empresa.
Privatizar a Eletrobras pode, disse um parlamentar mineiro, desde que Furnas fique de fora. Da mesma forma, um deputado da Bahia, que é liberal e favorável à privatização de empresas (desde que não seja aquela em que ele manda) afirmou que a Chesf não pode entrar nessa. E os congressistas paraenses também entendem que transferir o controle da Eletronorte à iniciativa particular representaria um crime contra o Estado do Pará e da Amazônia em geral.
Com uma classe p0lítica com essa qualidade e antiquada dessa forma, é difícil esperar alguma coisa boa para a sociedade. Já deu para perceber que o presidente Michel Temer terá enorme dificuldade pela frente.
Este site aplaude a iniciativa do MME. Um país não precisa de empresas estatais. Precisa, sim, de agências reguladoras fortes, tecnicamente qualificadas, que possam defender os interesses dos consumidores e atuar de forma serena nos conflitos entre os agentes econômicos. Em vez de gastar dinheiro inutilmente com estatais, que podem ser controladas pela iniciativa privada, que tal, Senhores, aplicar os recursos públicos em educação, saúde e segurança, por exemplo, antes que o País desmanche no ar?
Da mesma forma que a história do gato chinês, não importa que o controle societário de Furnas esteja em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília ou em Pequim. Interessa, sim, que a empresa funcione bem e forneça energia elétrica em quantidade e preço razoáveis para os consumidores. O resto …é o resto. É discurso para boi dormir.
Essa é a verdade absoluta. O resto é atraso de vida. Da mesma forma que é atraso de vida ver a Cemig, que é uma empresa fortemente endividada e que estava alienando alguns ativos, assumindo novas dívidas para desesperadamente tentar recomprar quatro usinas geradoras que perdeu para o Governo Federal. Como se fosse o fim do mundo operar sem essas usinas. É lógico que não é. É o fim do mundo, sim, para parlamentares do baixo clero, de todos os partidos, que ainda trocam votos por pequenos favores e manipulam os eleitores mineiros.
Este site não apenas aplaude, mas, principalmente, torce para que o processo de privatização do Sistema Eletrobras siga em frente, apesar das resistências políticas e sindicais.
O fato concreto é que o Brasil precisa se atualizar em relação ao mundo. Estatal é algo que se suportava durante o regime militar, pois os generais tinham sido formados dentro de uma visão de um nacionalismo ultrapassado e que era altamente ineficiente. Tanto que o regime militar quebrou o País.
Nessa visão ligeiramente atrasada da História, não dá mais para conviver com conceitos como este das empresas estatais. O pobre do contribuinte brasileiro ainda é obrigado a sustentar inúmeras ilhas de ineficiência espalhadas pelo País, não apenas no Sistema Eletrobras. É bom olhar também para o sistema financeiro ou para a área de petróleo e gás natural, entre outros segmentos. A cidadania e os contribuintes agradecem.