Dois anos de “Paranoá Energia”
Este site está completando dois anos de atividade nesta quinta-feira, dia 07 de dezembro.
O jornalismo tem passado por uma revolução tecnológica e de conteúdo nos últimos anos e, sob vários aspectos, tem sido uma verdadeira epopéia manter este site no ar.
A cada dia é uma dificuldade quase impossível de superar, mas seguimos em frente: o “Paranoá Energia” resiste bravamente, oferecendo mais uma opção de leitura e reflexão aos que se interessam pelas áreas de energia.
Nesse período, o Brasil, na área de energia, mudou muito e, com certeza, mudou para melhor, embora ainda existam muitas incertezas no ar.
Um dos aspectos positivos, sem dúvida, é a recuperação da Petrobras, que foi vítima de uma quadrilha de gatunos, que, em nome do salvamento da Pátria, não tinham qualquer pudor em enfiar uma graninha prá lá de razoável nos bolsos. Felizmente, a empresa se encontra em um processo de plena recuperação da marca, depois de se tornar uma figurinha carimbada nas páginas policiais.
Quanto aos gatunos (pelo menos a maioria deles), são hóspedes do nosso confortável sistema carcerário ou então desfrutam as maravilhas tecnológicas de uma tornozeleira eletrônica.
A Eletrobras também passa por um período de reestruturação e já foi emitido o sinal para que o seu controle seja transferido à iniciativa privada.
Em algumas áreas, o Governo está enrolando e parece meio perdido. Uma delas é o novo modelo do setor elétrico, para o qual o MME gerou uma enorme expectativa, aparentemente perdeu o “timing” e criou uma grande dúvida: vai sair ou não? Todo dia, algum servidor graúdo do MME fala sobre o novo modelo, mas até agora ele parece mais um amontoado de boas intenções. Oxalá a equipe do MME consiga desatar os nós e produzir um novo modelo para o SEB, pois o País está precisando.
Outra área em que o Governo também se perdeu é o que fazer com o GSF. É sabidamente uma área complexa sob o ponto de vista técnico e mexer nesse vespeiro não é fácil. Tem gente que diz que pode ter sido intencional, pois, afinal, são as geradoras que se beneficiam do impasse e o peso da geração sob controle federal ainda é bastante significativo.
O fato concreto é que há quase um mês deveria ser publicada uma medida provisória no “Diário Oficial” a respeito do assunto e até agora não aconteceu nada. Todos os dias alguém pergunta: e o GSF? E o GSF? Ninguém sabe, ninguém viu.
O maior ganho que houve no período de existência desse site, entretanto, foi a retomada do diálogo entre as autoridades do setor elétrico e a área empresarial. Disso ninguém pode reclamar. Quando foi criado, o “Paranoá Energia” ainda pegou o finalzinho de um Governo autoritário e que tomava as suas decisões (quase sempre erradas) sem consultar ninguém. A gestão petista do MME era um modelo de arrogância absoluta.
O site tem sido testemunha que saímos de um Governo fechado e auto-suficiente na área de energia, que não escutava ninguém ou já ouvia com as respostas prontas antes da conversa começar, para um Governo que recebe, ouve com atenção e acata opiniões. Simples assim. É um avanço e tanto.
O Brasil está atravessando um momento de expectativas em relação à área de energia, quando podem acontecer mudanças extraordinárias que vão marcar o País ou então também pode não acontecer nada. O “Paranoá Energia” não joga no time daqueles que enxergam apenas o lado negativo das coisas. Ao contrário, torce pelo sucesso de um projeto liberal, pois o País só tem a ganhar com essa visão de mundo.
Este editor não poderia deixar de registrar aqui sinceros agradecimentos a todos aqueles que, no dia a dia, têm acompanhado o desenvolvimento do site. Sem vocês, caros leitores, nenhum veículo de comunicação tem razão para existir. A todos aqueles que diariamente consultam o site, fazem sugestões ou oferecem críticas, os nossos agradecimentos.
Também não poderia faltar um agradecimento especial aos patrocinadores, que compreendem a natureza do projeto e permitem que ele se viabilize. A todos o muito obrigado deste editor.