O SEB e as eleições de outubro
Embora nunca falem abertamente sobre essas coisas, vários executivos do setor elétrico brasileiro estão pessimistas com o desenvolvimento dos fatos. O desalento do SEB é canalizado para o que poderá acontecer com o Brasil em 2019, com a posse do novo presidente da República, a indicação do titular do MME e naturalmente as composições partidárias no âmbito do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.
De modo geral, existe uma visão que o Governo Temer, que poderia ter sido uma excelente oportunidade para renovar o setor, foi um tremendo fiasco na área. É verdade que se estancou a sangria da corrupção no Sistema Petrobras (algo que na verdade se deve mais ao trabalho do Poder Judiciário), mas não se conseguiu privatizar o Sistema Eletrobras e também não foi possível avançar em aspectos fundamentais para tornar o SEB mais eficiente e moderno.
Na visão de um dirigente, houve muita “fumaça” nos últimos dois anos, mas concretamente o resultado foi pífio além das ações de marketing. Talvez nem por culpa do MME, mas porque o próprio presidente da República foi cada vez mais se enredando nas suas próprias contradições como político e, de repente, aquilo que poderia ser uma solução acabou se transformando apenas em uma gestão que está demorando muito para chegar ao fim.
Coitado do Brasil. Não tem tido sorte nesse quesito da gestão pública federal e tem tido muitos governos que infelizmente demoram para acabar.
É natural que uma eleição faça renascer as esperanças, mas, dentro do SEB, de modo geral os especialistas estão com um pé atrás. Não há muito otimismo diante do que se vê por aí. Existe um candidato que é praticamente a opção de todo mundo que ainda observa as coisas com racionalidade, mas, ao mesmo tempo, vê-se que há muita apreensão e pessimismo diante das concretas possibilidades de vitória da demagogia, do oportunismo e do populismo.
Há uma certo modo de pensar no sentido que o Brasil empobreceu não apenas economicamente, mas, também, sob o aspecto das ideias. É verdade que os executivos do setor elétrico brasileiro são preparados tecnicamente, são organizados, têm visão estratégica e estão acostumados com os saltos na História, até porque são dotados de sangue frio e são responsáveis por bilhões em investimentos.
Mesmo assim, há muita gente preocupada com o rumo dos acontecimentos e com a prevalência de um tipo de pensamento político, seja na direita ou na esquerda, que coincide com o atraso em relação ao papel do Estado na condução do SEB. O Estado tem sido reiteradamente ineficiente. Entra ano, sai ano, lá está o velho e bom Estado brasileiro, onipresente. inchado e pródigo em gastar o dinheirinho dos contribuintes de forma irresponsável e sem objetividade, privilegiando máquinas partidárias que têm compromissos só com elas mesmas e não com o espírito público.
Os dias que correrão até o momento da eleição no primeiro turno serão de tirar o fôlego. Ao mesmo tempo, os brasileiros precisarão dizer, nas urnas, se estão comprometidos com o atraso e a demagogia ou se querem efetivamente sair do buraco. Isso não vai ser fácil, mas há uma tênue alternativa, a qual a sociedade poderá se agarrar e alimentar as esperanças por dias melhores.
Este site não é típico e nem próprio para o debate político. Mas dele também não pode se ausentar, como se o mundo político brasileiro fosse uma espécie de outra galáxia diferente daquela em que vivemos no dia a dia. Assim, deseja aos leitores que aproveitem os momentos de reflexão que serão produzidos pela campanha política que se inicia e que as pessoas sejam felizes na hora de escolher seus candidatos.
O Brasil não pode perder esta chance.