Chá de camomila ou erva doce para diretores da Aneel
O setor elétrico brasileiro ficou perplexo, nesta terça-feira, 08 de agosto, com as acusações feitas por dois diretores da Aneel durante a reunião semanal da diretoria colegiada.
Este site, que é pequeno em comparação com veículos similares e tem uma audiência limitada, simplesmente bombou durante o dia inteiro, com a informação sobre os acontecimentos na agência reguladora. Isso dá uma ideia do interesse que aquela lavagem de roupa suja provocou no SEB.
Não foi um fato comum, mas também não se pode achar que isso ocorre só na Aneel. Desentendimentos semelhantes surgem diariamente em áreas diversas do Governo Federal, no Judiciário (quem vai esquecer que um antigo procurador geral da República admitiu que um dia entrou armado no plenário pronto para mandar um outro ministro para o Além?), em empresas do setor de energia e obviamente em empresas da área de Comunicação. Onde tem gente, tem ruído de relacionamento e às vezes confusão.
Em muitos casos, as pessoas perdem o controle emocional e falam em público mais do que deveriam, sem pensar nas consequências. Quando tem uma transmissão ao vivo as pessoas se empolgam mais ainda. Foi o que aconteceu na Aneel.
É evidente que faltou maturidade aos dois diretores da Aneel que fizeram acusações em público e se retiraram da reunião. Com isso, provocaram enorme prejuízo, em termos de segurança, ao setor elétrico brasileiro como um todo. Agiram como estudantes e não se mostraram à altura do cargo.
É lógico que o diretor-geral e o secretário-geral da Aneel não podem agir como ditadores. Se as acusações são procedentes e eles agiram fora das normas da agência, o fizeram de forma errada e do ponto de vista psicológico deram motivos para os dois diretores ficarem mordidos.
Dentro do Governo, entretanto, com certeza, existe alguma instância que pode examinar o assunto e decidir quem estava certo e quem estava errado. Aquele festival de porralouquice poderia ter sido evitado.
Agora, transformar a reunião semanal da Aneel, transmitida ao vivo pela internet, numa espécie de grêmio estudantil, é o fim da picada. Não é isso que o SEB espera dos cinco diretores que dirigem a agência reguladora do setor elétrico. Todo mundo quer saber como fica a Aneel de agora em diante.
Ao contrário, o SEB espera deles não apenas conhecimento técnico que permita a tomada segura de decisões, mas, também, serenidade no comportamento.
Os dois diretores que fizeram as acusações em condições normais de temperatura e pressão são pessoas educadas, sensatas e que sabem a posição que ocupam. Não têm o hábito de sair por aí, atirando do jeito que fizeram, o que só contribui para ajudar aqueles que querem estrangular as agências reguladoras.
Um exemplo claro disso foi que, tão logo o fato se tornou público, um deputado federal que não esconde o seu desejo de restringir o papel das agências, soltou uma nota oportunista, assinalando como ele tem razão em tudo o que prega contra as agências.
Não há dúvidas que os dois diretores da Aneel foram inconsequentes e prejudicaram não apenas a agência, mas o setor elétrico como um todo. O que o SEB quer é apenas uma Aneel serena, madura e que administre os seus conflitos internos de outra forma, dentro das normas legais, sem prejudicar as empresas que operam no País.
A Aneel hoje está totalmente paralisada. Este site espera que os seus diretores possam administrar as divergências de outra forma e não transformem a agência numa nova guerra da Ucrânia.
Talvez seja conveniente trocar o café pelo chá de camomila ou erva doce nas reuniões semanais da Aneel.