Por que é tão difícil para a Aneel fiscalizar o trabalho da Enel SP?
Maurício Corrêa, de Brasília —
Este site já escreveu tudo o que era possível escrever sobre o serviço de péssima qualidade oferecido aos consumidores de energia elétrica da Grande São Paulo pela concessionária Enel.
Já falou tudo não apenas sobre a incapacidade da Enel de tocar a concessão, mas, também, sobre o desinteresse e a omissão das autoridades federais, que deveriam tomar alguma atitude sobre a questão e preferem fechar os olhos e fingir que não é com eles. Muito mais cômodo.
Essas autoridades federais são:
- Presidente Lula;
- Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira;
- Diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa (com a enorme colaboração da área de fiscalização da agência, que não encontra problemas na distribuição de energia elétrica na área metropolitana de São Paulo).
Embora escreva sobre este mesmo assunto todos os dias e já esteja de saco cheio, este editor insiste, pois tem esperança que, um dia, uma dessas autoridades caia na real e tome alguma atitude em relação à Enel.
Há muito tempo, a empresa italiana já perdeu a condição institucional para fazer a gestão da concessão. É até meio triste ver isso acontecer e o site não acha graça em ficar aqui repetindo esta situação lamentável todos os dias, às vezes mais de uma vez por dia. Mas o trabalho da imprensa obriga a esse tipo de coisa.
Vejam o dia de hoje. A área metropolitana de São Paulo tinha 34.274 unidades consumidoras sem luz, por volta de 09h30m. Isso representava cerca de 100 mil pessoas. A Enel disponibilizou uma mensagem na internet, de viés positivo, frisando que tudo ia melhorar.
Não aconteceu nada disso. Às 17 horas, o número de pessoas no escuro já havia subido para 98.249 unidades consumidoras, o que representa cerca de 300 mil individíduos. É uma bola de neve. Ninguém segura a Enel. E quem paga o pato são os habitantes da região metropolitana de São Paulo.
O caso mais grave era o da Capital, logicamente, com mais de 200 mil pessoas sem luz. Mas estavam sendo bastante impactados também os municípios de Barueri, Carapicuíba, Mauá, Ribeirão Pires, Santo André e São Bernardo do Campo.
O “Paranoá Energia” vai ficar nessa toada. Meio cansativo, mas o site tem esperança que, um dia, alguém tenha piedade dos usuários de energia elétrica da Grande São Paulo e tome uma decisão em relação à Enel. Alguém poderoso da Justiça, por exemplo.
Enquanto isso não acontece, já foi escrito acima, mas não custa repetir, os responsáveis por tudo isso são o presidente Lula, o ministro Alexandre Silveira, o diretor Sandoval, da Aneel, e a área de fiscalização da agência.
O site aproveita para perguntar ao diretor Sandoval o que essa área de fiscalização da Aneel fiscaliza, se ela não encontra nada de errado no trabalho da Enel em São Paulo. Talvez esteja chegando a hora de alguém fiscalizar essa área de fiscalização da Aneel. Isso talvez possa explicar porque essa fiscalização da Aneel é tão ineficiente.